Vício ou Precisão?

Hoje foi um dia cheio de correrias e falhas técnicas. Poderia ficar horas escrevendo sobre como somos dependentes da tecnologia na atualidade e blá, blá, blá, mas decidi falar de uma coisa muito mais simples que curiosamente também tem a ver com tecnologia. Vai entender!Quereres. Como somos egoístas quando queremos alguma coisa.O negócio é o seguinte:Ando DOENTE pra conseguir um Ipod. Tudo bem. É uma futilidade e um PURO desejo consumista. Mas eu sou humana, mulher e moderna. Tudo bem, sem generalizar humanos, mulheres ou pessoas modernas...Mas já era. Ninguém vai me tirar o desejo de possuir o maldito aparelinho.Já cogitei doar meu rim, minha medula e até, se precisar, um pedaço do meu dedinho esquerdo. Porque pode ser que eu realmente precise do dedinho direito por completo um dia. Maldição.Ando enchendo o saco da minha mãe do meu pai e principalmente do meu namorado. Um dia desses, ele caiu na bobagem de dizer que compraria um pra mim se rolasse uma graninha. Oh dó! Não falo em outra coisa! E pesquiso preços, e busco alternativas no mercado negro...E esqueço de pensar que ele não é nenhum multimilionário, e também esqueço que ele paga a faculdade e praticamente paga pra trabalhar...E esqueço de tudo, quem se importa?Hoje me enxerguei tão mimada e egoísta que fiquei com medo.Depois vem a Lette e fala:- Ericka! Coitado... Um Ipod é muito caro!E eu tenho coragem de lançar...- Mas eu também compro pra ele presentes caros!Tudo bem. É nessa hora que eu merecia tomar um soco na boca do estômago. Mas as palavras sempre se fazem presentes pra dar aquela pesada no inconsciente. Eu JURO que não falei por mal.Eu compro presentes caros porque eu gosto de dar presentes caros. Porque ele merece presentes caros. Porque eu junto uma grana e faço questão de dar. Porque eu sou exagerada e maluca. Não tenho que esperar nada em troca, não deveria fazer ninguém fazer nenhum tipo de sacrifício só pra satisfazer um desejo meu. Por mais intenso que ele seja.Eu sei que ele me daria 235 Ipods e meio se tivesse como. Na realidade, pra que eu preciso de um?Às vezes, eu me reduzo à lixo.